Experiência colombiana no enfrentamento ao tráfico e ao uso de drogas é destaque em Encontro

Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso 2020-11-27

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Na manhã de hoje (27 de novembro), o tenente-coronel Marco Antonio Pulido Segura e o major Gustavo Aldolfo Cortes Moya, ambos da Polícia Nacional da Colômbia, trouxeram ao debate a experiência do país no enfrentamento ao tráfico e ao uso de drogas. Durante o III Encontro do Sistema de Justiça Criminal de Mato Grosso, o presidente da mesa de diálogo, desembargador Marcos Machado, destacou que a Colômbia é uma referência mundial no controle do narcotráfico. O bate-papo foi mediado pelo delegado da Polícia Federal Marcos Antônio Faria.
 
Por meio de um vídeo que demonstra a atuação da Polícia Nacional da Colômbia - onde, ao contrário do Brasil, há apenas um único corpo de Polícia - o tenente-coronel Segura apresentou a luta do país contra o narcotráfico e as organizações criminosas, especialmente por parte da Direção Antinarcóticos. Também divulgou uma linha do tempo do narcotráfico no país, com fatos que marcaram o mundo, como o início da guerra contra as drogas, em 1986; o fim do cartel de Medellín (1996); o Plano Colômbia (2000), acordo bilateral com os Estados Unidos; o início das negociações com as Forças Armadas Revolucionárias (2014); entre outros.
 
Conforme Segura, o país possui hoje 171.495 hectares de cultivo de coca e também fabrica os produtos químicos necessários para a produção da cocaína, considerada a mais pura do mundo. Ao contrário do passado recente, quando os traficantes eram bastante conhecidos por todos, como Pablo Escobar, hoje os narcotraficantes atuam de maneira invisível no país, o que, segundo ele, dificulta as investigações.
 
Sobre a Direção Antinarcóticos, o tenente-coronel salientou que hoje são 6.746 policiais atuando na área. Possui ainda 63 aviões e 79 helicópteros em atuação no combate ao crime, 16 grupos de inteligência, 20 grupos de investigação criminal, seis companhias de controle portuário, 10 de controle aeroportuário, 13 grupos de prevenção integral, entre outros. Em relação ao resultado obtido em 2020, destacou que 80.260 hectares de plantação de coca foram erradicados e 50.985 pessoas foram capturadas.
 
O tenente-coronel Marco Antonio Segura mostrou ainda como a Polícia trabalha para erradicar as plantações, de forma manual e fazendo uso de drones e veículos, assim como realiza a fiscalização em portos e aeroportos. Segundo ele, o país possui os quatro portos de onde saem a maior quantidade de cloridrato de cocaína para o mundo. Nesses locais, enfatizou a importância do trabalho de cães farejadores. Marco Antonio destacou também a destruição de sete laboratórios de produção de substâncias químicas e de 2.204 laboratórios de cocaína, somente em 2020.
 
Ao final da apresentação, Segura propôs uma reflexão acerca do bem-estar das crianças e dos adolescentes. Segundo ele, esse mal está acabando com os jovens e a importância dessa questão só é percebida pela sociedade quando acomete alguém da própria família ou conhecido próximo. “Precisamos fortalecer a investigação, com investimentos em inovação. Investir nessa problemática vale muito a pena”.
 
Na sequência, o major Gustavo Aldolfo Cortes Moya fez uma apresentação com foco na lei colombiana de combate ao tráfico. Destacou como é o processo investigativo, com o papel da Fiscalía (entidade coordenadora e fiscalizatória), Ministério Público, juízes e Polícia de investigação criminal. Também mostrou o fluxograma de como funciona a investigação na Colômbia e a cadeia do narcotráfico, hoje conhecida como sistema de drogas ilícitas (demanda, produção, tráfico, distribuição e comercialização e os delitos relacionados com todo esse sistema).
 
Conforme o major, dos 32 departamentos existentes na Colômbia, 22 são afetados pelo cultivo da 
coca, que, juntos, possuem potencial de produção de 1.120 toneladas por ano. Gustavo Moya discorreu ainda sobre a produção da maconha e da papoula, cujo potencial de produção anual é de 934 toneladas e 1.033 quilos de heroína por ano, respectivamente. No país, as substâncias de maior consumo são maconha, cocaína, heroína, ectasy e bazuco. O major apresentou também o contexto de 33 novas substâncias psicoativas no país, como o popper, a cocaína rosada e anfetaminas, consumidas em

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http://tjmt.jus.br/noticias/62695

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11/27/2020, 16:39

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