Repositórios Ligados e Integrados

Projetos Open Access da Universidade do Minho 2012-10-11

A manhã do 2º dia da Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto ficou definitivamente marcada com a ideia dos “Repositórios Ligados e Integrados“.

A primeira sessão da manhã foi dedicada à gestão dos repositórios com as seguintes invervenções:

  • Avaliação de qualidade de repositórios institucionais brasileiros e portugueses.

      Michelli Costa

  • Preprint, postprint ou versão final? O desafio na gestão da informação no RIA e a promoção do acesso aberto.

      Diana Silva, Ana Bela Martins, Bella Nolasco

  • Repositórios institucionais: em busca do autoarquivamento.

       Gleice Pereira, Patricia Pacheco Barros, Morgana Carneiro Andrade

A Michelli Costa abordou um aspeto crítico na temática dos repositórios, a “Avaliação de qualidade dos repositórios”. Apesar da amostra do estudo ser bastante limitada, deve ser considerada a seleção de vários critérios  baseados em recomendações internacionais como as diretrizes Driver e o certificado DINI. A Diana Silva apresentou os problemas identificados na gestão dos depósitos e algumas formas de os contornar como o desenvolvimento de addons (importação de serviços como a Scopus e Isi, configuração da libertação dos registos embargados de forma  automática dos registos assim como o índice de autoridade) e atividades de formação da equipa e dos investigadores. A Patrícia Pacheco Barros aborda a implementação do autoarquivo no repositório da instituição, desde os desafios encontrados às práticas desenvolvidas para as colmatar.

Na segunda parte orientada ao valor acrescentado dos repositórios foram apresentados os seguintes tópicos:

  • Access to open data through open access articles in the life sciences.

      Johanna McEntyre  (EMBL-European Bioinformatics Institute)

  • Desafios e oportunidades da interoperabilidade nos repositórios de acesso aberto.

      Eloy Rodrigues (Universidade do Minho)

  • An embedded repository: the enlighten experience at the University of Glasgow.

       William Nixon (Glasgow University)

Johanna McEntyre (EMBL – European Bioinformatics Institute) aborda a temática dos dados científicos. Apresenta algumas análises da forma como os artigos em acesso aberto referenciam os dados científicos com a ajuda de técnicas de text mining (mineração de texto).

Com esta análise permite por exemplo agrupar artigos que ligam os mesmos dados, definir a citação dos dados como medida de impacto (Data Citation índex) e a forma de utilização dos dados (reutilização, submissão,…).

Eloy Rodrigues da Universidade do Minho aborda a interoperabilidade dos repositórios e a sua perspetiva de integração com infraestruturas para a ciência. Para tal, os repositórios definidos como tesouros não podem ser ilhas do tesouro que funcionam autonomamente e de forma independente mas devem integrar-se com outros sistemas, e é nesse contexto em rede que os repositórios promovem o seu verdadeiro valor.

William Nixon da Universidade de Glasgow apresentou o conceito de “embebed repository”. Neste contexto, o repositório deve estar integrado para que funcione como valor acrescentado para os autores e as instituições, poder reutilizar a sua produção científica, reduzir a duplicação de processos administrativos e finalmente explorar novas oportunidades como data mining, business intelligent, etc…

Apresentou também uma lista de serviços com os quais os repositórios devem interagir pois o repositório não é da biblioteca, mas sim da universidade, sendo por isso necessário a sua total integração.

Demonstrou ainda alguns exemplos de integração efetuados na sua universidade ao longo dos 10 anos como a página do autor, listas de publicações científicas, teses, autenticação centralizada, ligação com dados, etc.

Deixa no final uma equação dos 3P’s que são os principais focos de atuação considerados para o sucesso do repositório: “People x Processes x Policies”. Finalmente, define que um repositório integrado não é um objectivo final, mas sim uma tarefa constante.

Destas duas sessões ficou claro que a interoperabilidade dos sistemas de repositórios é a chave para que possam ser usados e reutilizados em diferentes contextos e para diferentes públicos.

 

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