Gasto com santinhos encabeça maiores despesas para eleição; veja os 10 maiores gastos

Notícias do TJMG 2022-09-14

A publicidade impressa (em geral, santinhos) é o maior gasto dos candidatos para as eleições de outubro até agora, conforme o painel interativo Siga o Dinheiro, desenvolvido a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Somados todos os partidos, por ora foram desembolsados R$ 321 milhões para esse fim.

Nestas eleições, o painel Siga o Dinheiro, desenvolvido em parceria pelo JOTA e pela organização Base dos Dados, permite acompanhar em detalhes como os recursos estão sendo distribuídos ao longo da corrida eleitoral. O painel utiliza dados do TSE em tempo real.

A segunda maior despesa registrada é com serviços prestados por terceiros (R$ 206 milhões), seguido por produção de programas de rádio, TV e vídeo (R$ 176 milhões) e publicidade por adesivos (R$ 139 milhões).

Os dez maiores gastos são:

  1. Publicidade por materiais impressos – R$ 321.035.486,99
  2. Serviços prestados por terceiros –  R$ 206.671.986,30
  3. Produção de programas de rádio, televisão ou vídeo – R$ 176.815.573,65
  4. Publicidade por adesivos – R$ 139.140.449,80
  5. Despesas com pessoal – R$ 136.406.782,20
  6. Atividades de militância e mobilização de rua  R$ 126.426.197,85
  7. Serviços advocatícios – R$ 79.616.071,48
  8. Despesa com impulsionamento de conteúdos – R$ 59.984.019,42
  9. Cessão ou locação de veículos – R$ 52.005.827,12
  10. Serviços contábeis – R$ 47.555.652,74

Os dados são coletados em tempo real dos registros informados pelos próprios candidatos ao TSE e compilados em visualizações interativas que possibilitam análises com recortes geográficos, raciais, de gênero e muito mais.

Em relação aos candidatos, as maiores despesas até agora são dos presidenciáveis Lula (R$ 44.782.903,20), Soraya Thronicke (R$ 31.911.674,96) e Ciro Gomes (R$ 19.496.384,07), seguidos pelos candidatos ao governo de São Paulo Rodrigo Garcia (R$ 15.889.501,89) e Tarcísio de Freitas (R$ 14.918.331,56).

O partido com mais gastos até o momento é o União Brasil, com despesas de R$ 281.090.425,31. Nas colocações seguintes estão o PT, com R$ 168.406.757,34 gastos, e o PL, com R$ 136.386.826,55.

De acordo com a ferramenta, o Fundo Partidário é a principal fonte dos recursos dos candidatos – R$ 3.737.118.781,60. Depois, estão doações de pessoas físicas (R$ 239.747.741,23) e o autofinanciamento (R$ 77.025.456,42).

Desigualdade

O Siga o Dinheiro aponta que desigualdades históricas se mantêm no financiamento das campanhas. Conforme dados disponibilizados na ferramenta, 76% dos gastos dos partidos são com homens, contra 24% para as mulheres.

No recorte racial, feito a partir da autodeclaração dos candidatos, 69,62% das despesas são com candidatos brancos, 23,02% vão para candidatos pardos, 6% para pretos e apenas 0,81% para indígenas.

O projeto Siga o Dinheiro

O projeto Siga o Dinheiro é uma parceria entre a Base dos Dados, organização não-governamental sem fins lucrativos e open source que atua para universalizar o acesso a dados de qualidade, e o JOTA, empresa de jornalismo e tecnologia para tomadores de decisão que tem como missão tornar as instituições brasileiras mais transparentes e previsíveis.

A intenção é acompanhar toda a prestação de contas, já que, desde que foi criado, em 2017, este será o maior orçamento do Fundo Eleitoral – cerca de R$ 4,9 bilhões – para financiar todas as candidaturas dos 32 partidos.