Tribunal do Júri inicia julgamento de ex-procurador Vicente Cruz

TJAM 2017-11-06

Summary:

Outros quatro réus do caso já foram condenados em junho de 2016.


38187182712_068189d0c1_zA 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus iniciou na manhã desta segunda-feira (6), no Fórum Ministro Henoch Reis, o julgamento do ex-procurador de Justiça Vicente Augusto Cruz de Oliveira. Ele é acusado de ser o mandante em um processo de tentativa de homicídio qualificado contra o então procurador de Justiça do Estado do Amazonas e hoje ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Luiz Campbell Marques.

O julgamento ocorre quase onze anos após os fatos, depois de vários recursos na Justiça. Na época, os dois procuradores concorriam na eleição ao cargo de procurador-geral de Justiça do Amazonas, conforme os autos.

Outros quatro réus do caso já foram julgados em junho de 2016. Maria José Dantas da Silva, Jane da Silva Santos, 38163226986_2d619b5fe7_zLenilson Braga da Silveira e Osvaldo Silva Bentes foram condenados em 1º grau a penas que variam de 12 a 16 anos de prisão.

O réu Elson dos Santos Moraes, também pronunciado pela Justiça para ser julgado pelo Júri, teve o processo desmembrado e encontra-se em fase de recurso.

Sessão

O juiz Anésio Rocha Pinheiro abriu a sessão por volta das 9h30, com a presença do promotor Igor Starling Peixoto, do réu e dos seus advogados - Catharina de Souza Cruz Estrella e Diego Marcelo Padilha Gonçalves. O advogado declarou, antes da sessão, que estava confiante na absolvição, e que, se seu cliente fosse condenado, "seria um erro muito grave, porque não houve disparo, facada ou tentativa de homicídio".

38163241656_fb4323795a_zO Ministério Público sustenta a denúncia de tentativa de homicídio qualificado e a formação de quadrilha ou bando armado. “Todos os atos necessários, principalmente do réu, foram praticados para a consumação do delito, foi mediante pagamento, contratação das partes, contratação dos executores, que se deslocaram até o local do crime”, disse o promotor, antes da sessão, acrescentando que isto caracteriza a tentativa, conforme a lei e, por circunstância alheia: a intervenção do Estado, é que não ocorreu a consumação do delito.

Quanto à alegação de nulidade pela defesa, que afirmou não ter tido acesso a informações relacionadas à interceptação telefônica no processo, o juiz – que recebeu os autos do 2º grau – indeferiu o pedido e disse que o processo está totalmente disponível aos advogados e que todos os pedidos solicitados à secretaria da 2ª Vara do Tribunal do Júri foram atendidos dentro dos prazos processuais e da legalidade.

Logo após a formação do Conselho de Sentença, com sete jurados - formado por quatro mulheres e três homens -, o magistrado iniciou a oitiva das testemunhas. O primeiro a testemunhar foi o procurador Francisco Cruz, que declarou que na época dos fatos (final de 2006) era promotor de justiça e estava de plantão, quando foi contatado pelo então procurador Mauro Campbell, que lhe falou sobre uma possível trama criminosa, pedindo celeridade no processo que iria chegar ao Judiciário, a respeito de quebra de sigilo e interceptação telefônica. Francisco Cruz disse que, ao final do plantão, não havia chegado este pedido e que informou isto a Campbell.

O segundo a testemunhar foi o promotor Elvis de Paula Freitas, então secretário-geral do Ministério Público, informando aos jurados que foi procurado pelo advogado Oyama César Rocha, que revelou a suposta trama de homicídio na sede do MP. O promotor então ligou para Mauro Campbell a fim de avisá-lo. Campbell teria telefonado para alguém da Secretaria de Segurança Pública, quando teria se iniciado a investigação.

Segundo o promotor, o advogado Oyama César Rocha disse ter sido procurado por um ex-cliente, que denunciou um esquema para tentar matar uma pessoa, que mostrou-lhe uma foto de quem seria a vítima (o então procurador Mauro Campbell), mas que o ex-cliente não relatou o nome do mandante e dito apenas que era “peixe grande”. O promotor disse que soube que Vicente Cruz est

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terezinha.torres@tjam.tj.am.gov.br (Terezinha dos SantosTorres)

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11/06/2017, 17:51

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11/06/2017, 13:56