“Litígio precisa ser substituído pelo diálogo”, diz especialista em curso direcionado a representantes empresariais
TJAM 2017-11-14
Summary:
Setenta e quatro representantes empresariais participam de formação promovida em Manaus, com apoio do TJAM, nesta semana.
“A cultura do litígio precisa ser substituída pelo diálogo, especialmente nesta época de ampla concorrência na qual nenhum cliente pode ser dispensado”. Com esse alerta, a doutoranda em Direito pela USC-DF e formadora credenciada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliane Scheidt, abriu na segunda-feira (13) uma formação voltada para prepostos e advogados de empresas instaladas no Amazonas.
Promovido pela Rede Internacional de Excelência Jurídica do Distrito Federal (Riex-DF), o curso conta com a participação de 74 representantes empresariais. A programação se estenderá a sexta-feira (17) – exceto no feriado desta quarta –, das 15h às 17h, no auditório do Centro Administrativo José de Jesus Ferreira Lopes, em prédio anexo à sede da Corte Estadual, no bairro Aleixo.
Com o objetivo de capacitar prepostos e advogados representantes judiciais de empresas para a negociação e para o tratamento adequado de conflitos, com foco na mediação e conciliação, o curso é o primeiro do gênero do Amazonas e tem o apoio do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que colaborou com a logística do evento por meio de seu Sistema de Mediação e Conciliação (Sistemec) e Núcleo Permanente Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec).
Ao frisar a necessidade do diálogo em substituição ao litígio, Eliane Scheidt comentou que esta quebra de paradigma tem fortalecido a imagem de muitas empresas. “Observando o contexto de ampla concorrência e o panorama de crise no qual nenhum cliente pode ser dispensado, cada vez mais as empresas brasileiras estão passando a estabelecer, com sua clientela, uma cultura de diálogo, compreendendo que nenhuma reclamação pode deixar de ser ouvida e nenhum conflito pode deixar de ser resolvido. Agindo assim, estas empresas reconquistam clientes e fortalecem cada vez mais suas imagens”, apontou a formadora.
Eliane Scheidt mencionou que, hoje, a responsabilidade social é uma exigência da sociedade que valoriza muito mais as empresas que a praticam. “Essa responsabilidade é notada em uma infinidade de iniciativas, dentre as quais na tentativa de resolução pacífica dos conflitos. Ao estabelecer o diálogo com seus clientes e evitando o litígio, estas empresas transformam situações de crise em situações de oportunidade com o cliente passando a ser seu divulgador, permanecendo consigo e fazendo questão de comunicar a outros que foi prontamente ouvido – que por vezes, ouviu da empresa um pedido de desculpas – e foi atendido no momento em que quis apresentar sua queixa”, destacou.
Na abertura do curso, representando o TJAM, o juiz coordenador do Nupemec, Gildo Alves, destacou que a Corte Estadual colaborou com a realização da formação que, na prática, é um dos passos concretos do ‘Pacto pela não Judicialização’ que será lançado pelo Tribunal nas próximas semanas. “A presidência do TJAM reuniu-se com representantes judiciais no último mês e tratou sobre este pacto que visa incentivar o diálogo em benefício dos jurisdicionados. Todas as empresas que participaram daquele encontro enviaram representantes para este curso e estamos entusiasmados pois, com ele, se dá um passo importante para concretização de um projeto audacioso e que beneficiará a sociedade”, comentou o magistrado.
Aprimoramento
Participando do curso, a advogada Viviane Ferreira Ruiz, representante de uma empresa amazonense fabricante de refrigerantes, disse que buscou o curso pensado na melhor qualificação para a realização de possíveis acordos. “Temos, em nossa empresa, a cultura de prevenção a possíveis conflitos. Nos inscrevemos no curso para ampliar o conhecimento diante das mudanças no novo Código do Processo Civil (CPC) e para nos preparamos para realizarmos a composição de acordos inclusive nos casos judicializados”, disse a advogada, comentando que devido à prática conciliatória, a empresa que ela representa registra um baixo índice de processos em tramitação nas esferas Cível e Trabalhista.
A capacitação contará, também, com a colaboração da instrutora Fabíola Orlando.
Afonso Júnior Fotos: Raphael Alves
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