Análise Custo-Benefício do RCAAP

Projetos Open Access da Universidade do Minho 2025-07-30

No decorrer do último ano, no âmbito do projeto PathOS, procedemos a uma análise custo-benefício do RCAAP, com o objetivo de aferir os benefícios e economia de custos associados a esta infraestrutura.

Tendo em conta a complexidade e a diversidade dos serviços oferecidos pelo RCAAP – Portal de pesquisa, Serviço de Alojamento de Repositórios Institucionais, Repositório Comum, Serviço de Alojamento de Revistas Científicas, Repositório de Dados Científicos, e integração de portais como o OASISBr – e os diferentes níveis de envolvimento das instituições, que possibilitam a existência de repositórios alojados (SARI) e repositórios geridos pelas instituições, a análise custo-benefício concentrou-se nos serviços “core” — nomeadamente, a rede de infraestruturas e os serviços de repositórios institucionais e de apoio, como o Portal RCAAP, as estatísticas, a formação e o helpdesk.

Seguindo a metodologia da análise custo-benefício, procedeu-se à comparação dos benefícios gerados pela operação do RCAAP com os respetivos custos, comparando o cenário real com um contrafactual onde os repositórios institucionais (IR) existiriam, mas sem a coordenação e serviços centralizados do RCAAP.

A análise considerou os custos de instalação e operação do RCAAP, tanto ao nível central (FCCN/Universidade do Minho) como das instituições participantes. Os custos dos utilizadores (formação, depósito e acesso) foram também analisados, embora os custos de acesso não tenham sido incluídos no modelo final, por falta de dados robustos para o cenário alternativo. Os principais benefícios quantificados foram os seguntes:

  • Poupanças em custos laborais (administração, manutenção e curadoria), graças à centralização de serviços como o SARI e o RCOMUM. Estima-se que as poupanças em custos laborais atinjam cerca de 5 milhões de euros entre 2006 e-2026 com valores anuais recentes na ordem dos 365 mil euros.
  • Poupanças ao nível do armazenamento, ao evitar que cada instituição mantenha a sua própria infraestrutura. As poupanças em custos de armazenamento de dados são estimadas em cerca de 940 mil euros entre 2006 e 2026.

Combinando ambos os tipos de benefícios, o valor total acumulado aproxima-se dos 6 milhões de euros, entre 2006 e 2026, enquanto os custos rondam os 4,2 milhões de euros. O valor atual líquido é de 1,2 milhões de euros, com um rácio benefício-custo de 1,33, indicando que os benefícios superam os custos em 33%.

Esta análise é conservadora, pois não inclui ganhos significativos como a poupança de tempo por parte dos utilizadores no acesso aos conteúdos. Ainda assim, demonstra que o RCAAP é uma solução eficiente e vantajosa, permitindo poupanças significativas em recursos humanos e infraestruturas. O sistema centralizado permite maior eficiência na gestão dos repositórios científicos, promovendo a visibilidade da investigação portuguesa e reforçando a importância do investimento nas infraestruturas para a Ciência Aberta.

Poderá consultar o estudo na íntegra aqui: https://zenodo.org/records/15732145