Portugal lidera confiança na ciência em 2025
Projetos Open Access da Universidade do Minho 2025-09-15
O Eurobarómetro 2025, promovido pela Comissão Europeia e divulgado em Portugal pela Ciência Viva, é um dos meios que esboça um retrato revelador da perceção pública sobre ciência e tecnologia em toda a União Europeia. Portugal está entre os países em que há mais confiança e entusiasmo com relação ao papel da ciência na sociedade.
No que se refere à perceção sobre a influência da ciência e da tecnologia na sociedade, Portugal ocupa mesmo o topo da tabela. Uma esmagadora maioria de 92% dos portugueses considera essa influência positiva, sendo que 78% dos entrevistados a julgam “consideravelmente positiva” e 14% “muito positiva”. Estes resultados colocam Portugal acima da média europeia, que se situa nos 83%. No outro lado da escala, na Eslováquia encontram-se s níveis mais baixos de entusiasmo: apenas 65% respondem positivamente. Estes resultados evidenciam uma valorização da ciência como motor de progresso e o enraizamento de uma cultura científica na sociedade portuguesa
Os cidadãos portugueses também estão entre aqueles que mais confiam na equidade da ciência: 85% dos entrevistados consideram que devem ser os governos a garantir que os benefícios das novas tecnologias sejam distribuídos entre todos equitativamente. No lado contrário, a República Checa tem os níveis mais baixos de concordância, com apenas 52%, evidenciando uma menor preocupação com a equidade na aplicação da ciência.
No campo da ciência aberta, quando questionados se os resultados de investigações financiadas com recursos públicos deveriam ser disponibilizados gratuitamente para consulta pública irrestrita, Portugal volta a destacar-se, com 80% dos inquiridos a favor dessa prática, alinhando-se com os princípios da ciência aberta e com as políticas nacionais que promovem o acesso livre ao conhecimento. A Grécia aparece como o país menos favorável, com apenas 61% de concordância, o que pode indicar barreiras culturais ou estruturais à adoção de práticas de acesso aberto.
Sobre a confiança na investigação científica que utiliza inteligência artificial (IA), 58% dos portugueses afirmam confiar bastante ou totalmente nesse tipo de investigação, posicionando o país acima da média europeia: um resultado que sugere um certo equilíbrio entre entusiasmo e prudência na aceitação à IA. No fim da tabela, França apresenta os níveis mais baixos de confiança, 39%, refletindo talvez uma maior preocupação com os riscos éticos e sociais da IA.
Os dados do Eurobarómetro de 2025 colocam o país na vanguarda europeia em termos de cultura científica e participação cidadã, revelando um público comprometido com valores de uma ciência aberta, transparente e equitativa.
Poderá saber mais sobre estes resultados no site da Fundação Ciência Viva: https://www.cienciaviva.pt/eurobarometro/2025
