Re.Data dinamiza ciência aberta em Portugal: estrutura, rigor e recursos partilhados
Projetos Open Access da Universidade do Minho 2025-09-18
O consórcio Re.Data, liderado pela Universidade do Minho e integrando instituições como o Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, Universidade NOVA, Iscte – Instituto Universitário de Lisboa e Instituto Politécnico de Bragança, consolidou em 2025 uma resposta nacional inovadora e estruturada à gestão de dados científicos, promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e articulado com os centros de GDI.
O projeto tem vindo a destacar-se ao dinamizar uma vasta agenda de workshops, formações e eventos gratuitos com o propósito de aumentar a qualificação de bibliotecários, data stewards, investigadores, comunidades científicas e gestores de ciência, reforçando práticas segundo os princípios FAIR, alinhado com infraestruturas como EOSC e OpenAIRE.
O Re.Data desenvolveu um programa de formação, direcionado, com foco em três áreas: especialização profissional, elaborado para os perfis de curadores de dados, gestores de repositórios, administradores de dados e demais profissionais de apoio à investigação; capacitação de investigadores, focado na sensibilização e capacitação de investigadores, estudantes de doutoramento e coordenadores de projetos científicos e na promoção das boas práticas de gestão e publicação de dados no contexto da Ciência Aberta; e formação de formadores, dirigido a investigadores e profissionais de apoio à investigação.
O website Re.Data tem vindo a desenvolver conteúdos prementes no âmbito da Ciência Aberta, seja em formato de notícias, agenda de formações, casos de uso reais, entre outros.
No repositório Zenodo, a Comunidade Re.Data tem publicado os resultados do projeto, que documentam as principais experiências nacionais em curadoria no âmbito do projeto, incentivando desta forma a adoção do planeamento em gestão de dados, e servindo de inspiração tanto para instituições académicas como para investigadores individuais, reforçando a circulação do conhecimento científico aberto, na senda das melhores práticas internacionais.
Liderou a constituição da Rede Portuguesa de Data Stewards (RPDS), que produziu relatórios e inquéritos públicos, mapeando as competências e necessidades dos profissionais em todo o país, tendo já publicado um relatório sobre a operacionalização da Rede Portuguesa de Data Stewards
Foi também recentemente publicado um documento orientador e, simultaneamente, um instrumento de reflexão para as instituições do sistema científico e tecnológico, concebido como uma estrutura modular, funcional, para guiar as instituições através dos componentes essenciais de uma política de CA e/ou GDI, desde os seus fundamentos conceptuais até à sua aplicação prática e avaliação – Quadro de referência para Políticas e Estratégias de Ciência Aberta e Gestão de Dados de Investigação.
A atuação do Re.Data ultrapassa a formação: fomenta a articulação entre centros de competência nacionais, impulsiona o debate em grupos de interesse sobre ciência aberta e promove soluções inovadoras de apoio, como um helpdesk orientado por inteligência artificial. Reuniões regulares e proativas com todos os agentes, a participação nas Jornadas FCCN e no Encontro Ciência 2025, são alguns exemplos que reforçam o compromisso público com o tema e ampliam o reconhecimento nacional da iniciativa.
Com estas ações, pretende-se consolidar a qualidade, transparência e reutilização dos dados científicos nacionais, preparar Portugal para desafios técnicos e legais emergentes e fortalecer as instituições de investigação para uma maior competitividade internacional. O Re.Data afirma-se, assim, como uma peça essencial na evolução da ciência aberta no país.
