Comarca de Várzea Grande promove capacitação para servidores sobre Entrega Legal e Adoção

Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso 2024-05-24

Summary:

Em celebração a Semana Nacional da Adoção, que ocorre entre 20 a 25 de maio, a Vara da Infância e Juventude de Várzea Grande promove nesta quinta e sexta-feira (23 e 24/05), uma capacitação sobre as temáticas Entrega Legal e Adoção, no Fórum de Várzea Grande. Cerca de 140 servidores do Poder Judiciário e atores da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente do município e da capital participam do evento.
 
Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude de Várzea Grande, Tiago Souza Nogueira de Abreu, a inciativa, além de celebrar a semana da adoção, atende as diretrizes da Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
 
“Ao trazer como nossa palestrante a psicóloga especialista em Psicologia Jurídica pelo Conselho Federal de Psicologia, Lavínia Magda Barbosa de Vasconcelos Silva, e analista do Tribunal de Justiça da Paraíba, queremos proporcionar aos nossos servidores e demais parceiros a oportunidade de conhecer com alguém que possui prática diária no Judiciário. Além disso, ela poderá trazer exemplos reais para que a gente se capacite e entregue um desempenho ainda melhor”, afirmou.
 
Nesses dois dias de evento a psicóloga falará sobre diversos tópicos como: conhecendo a “Entrega Voluntária: o mito do amor materno, o direito em manifestar o desejo de entrega e os caminhos de sua efetivação ou desistência”; apresentação da resolução 485/2023 do CNJ e do Manual de Entrega Voluntária do CNJ; “entrega voluntária e Rede Socioassistencial e de Saúde: a participação corresponsável dos órgãos e políticas na efetivação do direito à entrega”; estudos de caso com entes da Rede presentes no evento, a partir da formação de grupos de trabalho com os presentes; entre outros.
 
Um dos principais desafios apontados por Lavínia Vasconcelos são as implicações emocionais e sociais que a adoção pode trazer. “Os pretendentes precisam estar cientes que existem muitos estágios de desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Por exemplo, alguns desafios surgem por conta da adaptação da realidade da adoção, seja porque essa família que adotou passa a oferta para essa criança parâmetros que ela nunca teve em sua família biológica, o que ocasiona uma diferença cultural. Ou porque em um caso como dos adolescentes, eles passam por um turbilhão de emoções. É importante não colocar tudo na ‘culpa’ da adoção e estar preparado para as várias adversidades que a vida proporciona”, pontuou.
 
A psicóloga destacou que é preciso estar preparado para as dificuldades da adoção, mas também da maternidade/paternidade. “Isso precisa ser muito trabalhado nos cursos de habilitados, pois as expectativas serão frustradas já que criança e adolescente dão trabalho, seja ela biológica ou adotiva. É necessário deixar esclarecido que o processo de adoção é irrevogável e os pretendentes precisam assumir isso como uma decisão para a vida toda vida”. Até por isso o período do estágio de convivência é essencial complementa Lavínia.
 
“Nesse prazo de 90 dias é comum a frustação, encontrar desafios além do que eles imaginavam e esse período é fundamental para esclarecer muita coisa e evitar problemas”.
 
Entrega Legal – A analista do Tribunal de Justiça da Paraíba também ressaltou a importância da entrega voluntária, que é quando a mulher manifesta o interesse em entregar o(a) filho(a) para adoção, antes ou logo após o nascimento.
 
“É preciso realizar um trabalho contínuo de conscientização de que entregar o filho para adoção, além de não configurar crime, é um ato de amor. É preciso provocar reflexão sobre o assunto, promovendo apoio social a mulheres que por não terem condições de exercer a maternidade optam por entregar a criança para adoção de forma segura e sigilosa. O intuito do Judiciário é evitar práticas como abandono de recém-nascidos, maus tratos e adoção ilegal”, disse Lavínia Vasconcelos.
 
Ela pontua ainda que geralmente esse processo de entrega voluntária é muito solitário e traz muitos julgamentos. “A ideia não é fazer a mulher desistir ou entregar a criança, a ideia é acolher. Independentemente de qual será a escolha dela haverá uma repercussão, então é preciso trabalhar esse acolhime

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http://tjmt.jus.br/noticias/78079

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05/24/2024, 08:30

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05/24/2024, 08:04