Palestrantes falam sobre a esperança e o papel dos grupos de apoio à adoção

Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso 2019-11-22

Summary:

 A ampliação do debate e a importância das ações voltadas à adoção, bem como o incentivo e fomento para a criação de grupos de apoio, foram temas das primeiras palestras do período matutino durante o 1° Encontro do Centro-Oeste de Apoio à Adoção (Encoapa), realizado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, em Cuiabá.
 
Uma palavra que permeia a adoção é a esperança. Reflexão sobre “A esperança de ter esperança”, foi abordada pelo psicólogo Luiz Schettini Filho, do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção (Gead Recife), de Pernambuco. Segundo ele, quando se pensa em esperança, projetamos o futuro, quando é algo para o presente, já que é a esperança que dá a segurança para o bem estar.
 
“Dentro do contexto da adoção, a esperança da criança que está desvalida, sem família, a esperança das famílias que acolhem crianças e a incorporam na família. Esperança num sentido mais coletivo, da sociedade, a esperança está em todos os cantos balizando a nossa expectativa no presente e no futuro”.
 
Um encontro como o Encoapa, segundo o psicólogo, é uma conjunção da diversidade, com pessoas que possuem ideias comuns, metas semelhantes, dentro de configurações pessoais diferentes. “Acredito que cada pessoa que sair daqui vai sair com acréscimo, com ideia diferente com a qual entraram aqui. Esses encontros têm importância muito grande pela diversidade da característica dos participantes”.
 
Como exemplo de que a união e a vontade dão certo, e fazem a diferença no universo da adoção, o vice-presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), Francisco Cláudio Medeiros Júnior, que também é diretor jurídico Grupo Acalanto, da cidade de Natal (RN), mostrou as dificuldades da rede de proteção e de que forma os grupos de apoio à adoção podem existir e preencher lacunas. Ele informou como um grupo pode ser formado, os subsídios e documentações necessárias e a função que exerce no contexto da adoção, mostrando não apenas a experiência existente em Natal, mas em outros Estados por onde tem passado.
 
De acordo com Francisco, é justamente em encontros, como o Encoapa, onde são trocadas todos os tipos as experiências. No Rio Grande do Norte o grupo Acalanto existe desde 1996. Em 1999, foi criada a Angaad. “A gente percebe que em lugares como Natal, que tem um grupo atuante há 23 anos, a realidade da adoção é diferente. Mais do que isso, a realidade das crianças que não estão com os direitos garantidos é diferente. A Ampara, aqui em Cuiabá, tem um convênio e parcerias com Tribunal de Justiça, OAB, Ministério Público e existe uma nova realidade. Mas, será que não há a necessidade de fomentar grupos nesse Estado tão grande e populoso? As ações alcançam as cidades, além de Cuiabá?”, questionou.
 
As leis relacionadas à adoção avançaram muito, porém, a demanda também aumentou consideravelmente e os grupos de apoio podem atuar junto às redes de proteção, daí a importância do fomento para as criações “e fazer a realidade diferente dessas crianças e adolescentes que estão nas instituições de acolhimento, que é um mundo extremamente invisível na sociedade”, observa Francisco.
 
Os grupos podem ser formados por qualquer pessoa que seja adepta da causa, que tenha incentivo e vocação para trabalhar com a adoção. Por isso, segundo Francisco, é importante fomentar o quanto os grupos podem contribuir com a atuação. “Queremos, de forma gratuita, organizada e lícita, fiscalizar, auxiliar e diretamente propor mudanças para que essas crianças e adolescentes que estão em instituição de acolhimento possam ter uma família. A gente quer que esse mundo invisível se desfaça e o nosso sonho é que um dia não haja instituições de acolhimento porque todos as pessoas estarão em uma sociedade mais justa e perceberão que aquelas crianças não são as crianças dos outros, são as nossas crianças”.
 
A Angaad possui uma página na internet com as atividades e boas práticas realizadas pelos grupos: www.angaad.org.br .
 
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http://tjmt.jus.br/noticias/58161

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11/22/2019, 15:45

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11/22/2019, 16:07