Em aceno a Lula, Pacheco elogia diálogo do presidente e programas sociais

Notícias TJPE 2023-03-07

Ao receber a Medalha da Ordem do Mérito Assis Brasil, na noite desta terça-feira (7/3), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), elogiou a capacidade “mundialmente conhecida” de diálogo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que isso será “primordial” para enfrentar problemas reais no Brasil. Na sequência, elogiou o retorno dos programas sociais do Executivo. A fala é uma importante sinalização ao governo federal, que tenta compor maioria no Congresso para passar reformas no país, como a tributária.

O presidente Lula era, inclusive, um dos presentes na cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas não discursou porque não há previsão da fala do presidente da República durante a solenidade.

“É que a democracia, para se fortalecer, depende igualmente de decisões que garantam justiça social, igualdade de oportunidades e o restabelecimento da dignidade das pessoas. Nesse sentido, preciso enaltecer os programas sociais que estão sendo reformulados, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, com o objetivo de proporcionar aos brasileiros renda mínima e moradia, direitos sociais básicos e essenciais para uma vida digna”, disse Pacheco.

Pacheco elogiou ainda a atuação do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante o período eleitoral. Segundo ele, o TSE teve um papel decisivo para a “manutenção dos valores democráticos de nosso país”.

“Acompanhei de perto a atuação do Presidente do TSE, o eminente Ministro Alexandre de Moraes, e sou testemunha de que Vossa Excelência conduziu o pleito eleitoral absolutamente comprometido com a Constituição Federal e com a legislação pátria”, afirmou. Pacheco também se disse compromissado “com o fortalecimento constante das nossas instituições e com a defesa intransigente da democracia”.

A cerimônia também foi palco de críticas à atuação de Jair Bolsonaro (PL) e a sua postura contrária às urnas e às instituições, como o Poder Judiciário. A ministra Cármen Lúcia, por exemplo, não poupou críticas àqueles que duvidaram das urnas e tentaram enfraquecer a democracia brasileira, inclusive, com os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. A magistrada, que compõe o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chegou a dizer que os “devaneios autoritários não descansam, nem dão sossego” e que “a peleja democrática é permanente”.

Sem citar nomes, a ministra fez duras críticas aos ataques às eleições e ao Poder Judiciário. Segundo ela, para atacar as eleições e o Poder Judiciário, grupos criaram dúvidas insufladas contra as instituições brasileiras. “Vivemos tempos de ouvidos surdos, de línguas ferinas, de palavras vãs e banalizadas, mesmo as mais graves e agressivas”, afirmou ela. “Tempos que são — e foram — de desleixo institucional”.

Ao homenageado, Cármen Lúcia afirmou que Pacheco garantiu a “amizade institucional” entre os Poderes Judiciário e Legislativo durante as eleições – deixando a entender que o Executivo na gestão Bolsonaro não participou desse laço. A magistrada referiu-se a Pacheco como “conciliador em tempos de discórdia de toda ordem” e o caracterizou como “amigo da democracia” de postura “serena” e “firme”.

A homenagem a Pacheco foi aprovada pelo plenário do TSE em outubro de 2022 e justificada “pela excelência e pelos notáveis serviços prestados” do presidente do Senado durante o período eleitoral.