Exposição do Projeto Castelo de Bonecas é aberta no Fórum Criminal da Capital

Tribunal de Justiça da Paraíba 2017-11-27

O Fórum Criminal da Capital recebe, a partir desta segunda-feira (27), a exposição de bonecas de pano e outros produtos artesanais confeccionados pelas reeducandas do Presídio Feminino Júlia Maranhão, por meio do Projeto Castelo de Bonecas. A mostra foi aberta na tarde de hoje, com uma apresentação do Coral Vozes Passageiras, composto por apenadas da Penitenciária. As peças estarão disponíveis no hall de entrada do Fórum até esta terça-feira (28).

O Castelo de Bonecas é um programa de ressocialização coordenado pela juíza Andréa Arcoverde Cavalcanti Vaz, auxiliar na Vara de Execução Penal da Capital (VEP). Conta com o apoio do Tribunal de Justiça da Paraíba e recebe suporte financeiro disponibilizado pelo Juizado Especial Criminal da Capital (Jecrim), pelo 1ª Juizado Especial Misto de Mangabeira e pela Vara de Execução de Penas Alternativas (VEPA).

Conforme explicou a juíza Andréa Arcoverde, “os juízes têm destinado os valores das transações penais para a aquisição de bonecas e para doações a crianças carentes que estão em escolas ou acolhidas em hospitais e abrigos de João Pessoa. Dessa forma, o projeto beneficia tanto as reeducandas do Presídio Feminino, que são beneficiadas com a remição da pena, profissionalização e recursos financeiros, como as crianças carentes que recebem as doações”, afirmou.

O Projeto Vozes Passageiras, desenvolvido pelo Conselho da Comunidade da Comarca da Capital, em parceria com o Poder Judiciário paraibano, é outra atividade de ressocialização desenvolvida com reeducandas do Presídio Júlia Maranhão. Na abertura da exposição desta tarde, com regência do maestro Daniel Berg, o Vozes Passageiras se apresentou com quatro músicas.

Andréa Arcoverde demonstrou satisfação e gratidão pelo apoio recebido, e afirmou que o trabalho desenvolvido no projeto tem sido bem recepcionado onde é exposto. “Felizmente, somos muito bem recebidos. Fizemos exposição no Tribunal de Justiça, no Tribunal Regional Eleitoral, e vendemos muitas bonecas. Até aqui, as exposições têm sido um sucesso”, ressaltou a magistrada.

O diretor do Fórum Criminal, juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, destacou a importância de apoiar a iniciativa. “Aqui, é uma unidade judiciária criminal, por isso é de grande importância receber essa exposição, é uma oportunidade de mostrar aos jurisdicionados a ressocialização de pessoas que estão pagando a pena pela prática de um crime, e estão sendo reinseridas na sociedade através desses dois projetos”, afirmou.

O magistrado avaliou, ainda, os benefícios proporcionados pelos programas de ressocialização. Para ele, os projetos auxiliam na diminuição da reincidência: “É bom para a apenada, porque ajuda a voltar ao convívio social com outro pensamento e já com uma atividade lucrativa formada. Isso ajuda a prevenir a ocorrência de novos crimes”, concluiu.

Quem também se pronunciou, reconhecendo a relevância da iniciativa, foi o juiz Carlos Neves da Franca Neto, titular da Vara de Execução Penal. Segundo ele, o projeto tem se desenvolvido porque é abraçado por unidades e entidades que acreditam na reinserção social. E, isso, permite às reeducandas perspectiva de um futuro melhor.

“A produção das bonecas serve tanto para trazer um sustento financeiro, de provisão para elas, mas, sobretudo, trazer uma verdade que muitas vezes é esquecida: há, sim, a possibilidade de retorno à sociedade de uma pessoa devidamente recuperada. Acabamos de ouvir, também, uma música que elas cantaram invocando o nome de Deus, ou seja: isso traz esperança ao coração delas, e a certeza de que esse caminho representa passos necessários para que possam ter uma conquista ainda maior, quando estiverem em liberdade”, avaliou o magistrado.

AQUISIÇÃO DAS BONECAS – Parte das bonecas produzidas é destinada à venda, para qualquer interessado. Os produtos podem ser adquiridos no interior do Presídio Júlia Maranhão, ou nos eventos de exposição. Outra parcela é para doação para crianças carentes, através de recursos do Poder Judiciário destinados para isso.

 

Por Marília Araújo (estagiária)