Maio Laranja: campanha mobiliza rede de proteção à criança e ao adolescente em São João do Piauí

Em alusão ao Maio Laranja, mês de combate ao abuso e à exploração sexual infantojuvenil, a 1ª Vara da Comarca de São João realizou, de 14 a 16 de maio, a 1ª edição da campanha Faça o Bem, pensada para o fortalecimento da rede de proteção a crianças e adolescentes, que contemplou estudantes, professores e famílias da zona rural do município.

Com o apoio da Coordenadoria Estadual Judiciária da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Piauí (CEJIJ/TJPI), durante os três dias da campanha, foi promovido um treinamento voltado à rede de proteção local, incluindo conselhos tutelares, Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAs) e Centros de Referência da Assistência Social (CRAs).

A capacitação foi conduzida pela assistente social do TJPI e entrevistadora forense Sâmia Silva, que detalhou o papel de cada órgão e contribuiu para a criação de um fluxo de atendimento mais eficaz para casos de violência sexual infantojuvenil.

Para a juíza da 1ª Vara de São João do Piauí e idealizadora da campanha, Carmelita Oliveira, a ação representa um marco local no enfrentamento à violência sexual infantojuvenil: “Esta campanha integradora buscou não apenas capacitar profissionais e fortalecer instituições, mas também sensibilizar a sociedade sobre a importância da denúncia e do acolhimento adequado às vítimas”, apontou.

Um dos pilares da campanha foi o diálogo direto com a comunidade. Através de um ciclo de conversas conduzido por Mariana Ruske, pedagoga com formação em neurociência, ativista da proteção da infância e fundadora da Senses Montessori School, foram visitadas nove comunidades da zona rural de São João do Piauí. Nessas rodas de conversa com alunos da rede municipal e suas famílias, foram discutidos mecanismos de proteção que podem ser fortalecidos no ambiente doméstico e escolar.

Mariana Ruske também conduziu uma capacitação voltada a professores da rede pública municipal. A formação reforçou o papel dos educadores como agentes estratégicos na identificação de sinais de abuso, instruindo-os sobre a abordagem adequada junto às vítimas e sobre práticas pedagógicas que promovam ambientes seguros e protetivos nas escolas.

Outro ponto de destaque da campanha foi a realização de depoimentos especiais em mais de 30 processos judiciais envolvendo violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes. A medida visa garantir escuta qualificada, respeitosa e segura às vítimas, conforme preconiza a legislação vigente.

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