Dia Internacional da Mulher: juízas destacam mulheres pioneiras ao longo dos séculos

Twitter Search / Tjap_Oficial 2021-03-08

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A história de mulheres que, ao longo dos séculos, desafiaram um modelo reinante que desconsiderava a existência do feminino foi o tema central das palestras das juízas Amini Haddad Campos, do Juizado Especial Criminal de Várzea Grande, e Tatiane Colombo, da 2ª Vara Especializada em Violência Doméstica Cintra a Mulher, nesta segunda-feira (8 de março), na programação especial voltada a magistradas e servidoras em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
 
Realizada por meio de videoconferência, a iniciativa foi aberta pela presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas, segunda mulher a ocupar tal função desde que o Tribunal foi criado, há quase 147 anos.
 
“Nosso destino ainda está longe de ser alcançado, mas ter essa consciência vai nos levar e nos trará coragem para, cada vez mais, avançar por departamentos exclusivamente dos homens até poucos dias. Víamos que no nosso Judiciário, até pouco tempo, só tínhamos mulheres para os afazeres administrativos. Para as magistradas, furar o bloqueio da magistratura foi um desafio. Nós mulheres conseguimos demonstrar que temos competência para o trabalho, para o desempenho das nossas funções, e que não temos nada a temer”, destacou a magistrada.
 
Com o tema “A História pela voz feminina”, a juíza Amini Haddad enalteceu o simbolismo dessa data - 8 de março - e listou o exemplo de uma série de mulheres que trouxeram grande contribuição à humanidade. A primeira a ter a história de vida destacada pela magistrada foi Hipátia, matemática, astrônoma e filósofa, que, segundo os escritos de Sócrates, era de uma inteligência incomparável. “Hoje seus escritos estão sendo recuperados. É um grande nome de mulher que contribuiu para a estruturação do pensamento filosófico e da racionalidade”, salientou Amini.
 
Segundo a palestrante, só na escola de Pitágoras são retratadas 17 mulheres filósofas, como Temistocleia e Theano, e mulheres que, naquela época, já questionavam o tempo em que viviam, como Myia. Na história mais recente, destacou exemplos como Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, cientistas da Nasa que inspiraram o filme “Estrelas além do tempo”, e a matemática Maria Laura Leite Lopes, primeira professora mulher do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “Ela foi uma professora apaixonante na sua ideologia de trazer esse perfil da matemática como algo da vivência do cotidiano, com inúmeros trabalhos publicados”, assinalou.
 
Conforme Amini Haddad, é importante falar sobre mulheres que desafiaram a estruturação de um modelo que desconsiderava a existência do feminino, muitas, inclusive, foram assassinadas em razão disso. “Muitas mulheres foram assassinadas, tidas como bruxa, porque exerciam essa racionalidade e desafiaram a existência no seu tempo. Foram muitas lutas, negação, exclusão, para que houvesse visibilidade. São muitas vidas que se inserem no tempo e num tempo em que a desqualificação era o norte do universo feminino. Uma abertura para voz quase inexistente. Mas, mesmo assim, elas acreditam em algo muito maior: a temporalidade que elas inseriram naquele período específico.”
 
Muitos foram os exemplos citados pela magistrada, como Maria Anna Mozart, Indira Gandhi, Joana D’arc, Lou Andreas-Salomé, Simone de Beauvoir, Leila Diniz, Anita Garibaldi, Nise da Silveira, Madre Teresa de Calcutá, Bertha Benz, entre outras.
 
Amini Haddad afirmou ainda ser muito importante que hoje as mulheres possam, de fato, olhar para dentro de si mesmas, ver quem são, qual a sua contribuição, a sua voz, para o universo. “Muito se tem dito sobre os desequilíbrios sociais, durante muitos séculos, milênios, esses desequilíbrios se tornaram inerentes à situação da formação da família, deveres e responsabilidades no lar, na educação dos filhos. São tantas situações de desequilíbrio que precisamos olhar para dentro de nós mesmos para construirmos situações de mais justiça e equilíbrio. Temos que levar esse questionamento, essa consciência, para todos os ambientes em que estivermos.”
 
“Queremos um mundo mais justo, uma vida mais digna, que as mulheres possam contribuir dentro do seu universo em igual projeção em relação ao universo mas

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http://tjmt.jus.br/noticias/63370

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03/08/2021, 16:55

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03/08/2021, 14:55