Seminário aborda a necessidade da acessibilidade digital e de uma comunicação sem barreiras

Ampliar a consciência para transformar barreiras na comunicação. Esse foi um dos focos da palestra “Como podemos construir uma comunicação mais acessível, inclusiva e diversa para todas as pessoas?”. O encontro foi uma das iniciativas do III Seminário em Comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência na tarde desta quinta-feira (1º/12), no auditório do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO).

Elza Maria Albuquerque, jornalista, e Leonardo Gleison Ferreira, engenheiro de software, conduziram a apresentação. Tanto Elza quanto Leonardo são especialistas em acessibilidade digital, um dos temas que se aprofundaram ao longo da palestra.

“Todas as pessoas são impactadas pelas barreiras na comunicação, sejam pessoas com deficiência, sejam pessoas com baixo letramento, idosos, dislexia, dentre outros", disse a jornalista. Ela detalhou que as barreiras de comunicação surgem em diferentes contextos, como ao utilizar palavras que dificultam a compreensão, metáforas, jargões, entre outros.

Leonardo Gleison Ferreira, que tem deficiência visual e produz conteúdo no YouTube ao lado da sua esposa Camila Domingues, que também possui deficiência visual, falou sobre os conteúdos acessíveis. "A igualdade está justamente no fato de sermos todos diferentes”, disse ao destacar que é importante manter o conteúdo o mais acessível possível.

Dados relevantes

Leonardo fez a demonstração como ele faz para acessar a internet com leitor de tela. Ele e a palestrante Elza apresentaram exemplos de recursos de acessibilidade e afirmaram que “Acessibilidade é construção - seja no on-line quanto no off-line”.

Um dado relevante que constou na palestra: apesar dos esforços, ainda não há 100% de acessibilidade e menos de 1% dos sites brasileiros estão acessíveis. "Pessoas com deficiência estão sendo tolhidas no seu direito", comentou Leonardo. Já Elza afirmou que "acessibilidade, diversidade e inclusão devem ter espaço em qualquer iniciativa”. “Temos que pensar nesses temas desde o início em qualquer projeto”, citou.

Elza e Leonardo também deram dicas e abordaram aspectos importantes sobre como superar os desafios e barreiras. Entre eles, dar espaço – na comunicação – para textos simples, termos conhecidos e evitar palavras pejorativas e preconceituosas.

A Diretoria de Tecnologia da Informação informa que o novo portal eletrônico do Tribunal de Justiça do Tocantins conta com recursos de acessibilidade e o seu lançamento está previsto para o próximo dia 14 de dezembro.

Realização

O evento foi promovido pela Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Poder Judiciário do Tocantins (CPAI) e pela a Coordenadoria de Gestão e Responsabilidade Social (Cogersa), em parceria com a Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat).

Sobre os palestrantes

Elza Maria Albuquerque é jornalista especializada em produção de conteúdo acessível, diverso e inclusivo; ativista por uma comunicação acolhedora, humanizada e sem barreiras para todas as pessoas. Trabalha com comunicação há mais de 15 anos e atua na área de acessibilidade digital desde 2010.

Em 2019, idealizou a Maria Inclusiva com propósito de colaborar para que mais pessoas tornem o mundo melhor por meio da comunicação diversa, acessível e inclusiva. Por meio dela, realiza treinamentos, palestras, consultoria e produção de conteúdos.

Leonardo Gleison Ferreira é Engenheiro de Software e consultor em tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual. Possui 13 anos de experiência em acessibilidade digital e foi técnico em Tecnologia Assistiva para pessoas com deficiência visual na Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual (Laramara).

Atualmente trabalha no Nubank, é membro do grupo de trabalho sobre acessibilidade na web da W3C Brasil e é criador de conteúdo sobre tecnologia assistiva, educação inclusiva, atividades de vida autônoma, inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência visual no Canal Inclunet no Youtube.

Texto: Cecom Fotos: Rondinelli Ribeiro/Comunicação TJTO