As negociações do governo para destravar indicações de infraestrutura
JOTA.Info 2025-08-11
O governo trabalha para tentar desfazer os últimos nós que ainda seguram duas indicações para agências reguladoras na Comissão de Infraestrutura.
Após a conclusão de que a aprovação do nome de Pietro Mendes para a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é inviável, o JOTA apurou que o Ministério de Minas e Energia costura com o Planalto para que a indicação seja realocada para o final de 2026.
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Seria uma forma de evitar o desgaste político do ministro Alexandre Silveira, que poderia ter sua indicação rejeitada pelo Senado.
Mendes seria indicado para ficar no lugar do diretor Fernando Moura, com mandato previsto para terminar em novembro do ano que vem. No desenho das indicações políticas, esta é uma vaga considerada atrelada ao governo.
Parte da Casa Civil resiste ao acordo por entender que as próximas vagas deveriam ser negociadas após a eleição presidencial. Mesmo assim, interlocutores do Planalto afirmaram que a possibilidade está na mesa.
Ângelo Rezende, ligado ao PT da Bahia, deve ocupar a indicação para a atual diretoria vaga da ANP. O nome do advogado, que teve apoio do líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), já estaria no sistema da Casa Civil para ser enviado ao Senado.”
Outra indicação que aguardava solução é o aditamento do mandato de Guilherme Sampaio para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT).
Após resistência da Casa Civil, interlocutores do Planalto apontam que o governo está inclinado a atender aos pedidos dos senadores.
O diretor tem apoio do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), possível candidato do presidente Lula para o governo de Minas Gerais.
Pela mensagem enviada pelo governo, Sampaio teria pouco menos de um ano de mandato à frente da agência. O Senado exigia que o prazo fosse alterado para o período máximo de cinco anos.