Saída de diretor Gustavo Gonzalez da CVM não tem relação com caso Petrobras

JOTA.Info 2021-03-04

A saída do diretor Gustavo Gonzalez do colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não tem nenhuma relação com o episódio envolvendo um possível crime de insider trading na operação de ações da Petrobras.

Especulou-se nos últimos dias que a saída do diretor poderia estar atrelada ao fato de o órgão ter aberto investigações para apurar eventuais ilícitos no mercado financeiro em meio às notícias de que o Palácio do Planalto trocaria a presidência da Petrobras por motivos políticos.

Em janeiro, Gonzalez havia oficializado que deixaria a CVM no fim de fevereiro, e já falava a interlocutores, desde o início de seu mandato, em 2017, que deixaria o órgão em meados de 2020, tendo adiado os planos em razão da pandemia. Seu mandato se encerraria somente no fim deste ano.

Gustavo Gonzalez, inclusive, não se declarou suspeito para julgar uma série de processos administrativos relacionados à Petrobras durante seu mandato. Ele foi relator de casos relacionados à operação Lava Jato que chegaram à CVM.

As apurações do órgão envolvendo a estatal ainda correm dentro da área técnica, sem interferência do Colegiado, e foram abertas na última semana, quando já era dado que o diretor estava deixando o órgão regulador.

Após cumprir quarentena, o JOTA apurou que o diretor deve abrir seu escritório de advocacia e advogar na área de direito societário e mercado de capitais.

O colegiado da CVM é composto por cinco diretores. Atualmente, com a saída de Gustavo Gonzalez, duas vagas estão abertas – o que significa duas indicações de Jair Bolsonaro ao órgão.

Em nota, a CVM informou na última terça-feira (02/3) que o diretor deixou o colegiado por motivos pessoais.