PF pede inquérito para investigar pagamentos a Toffoli, delatados por Cabral
JOTA.Info 2021-05-11
A Polícia Federal (PF) protocolou um pedido de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), em que solicita que sejam apurados supostos pagamentos de propina destinados ao ministro Dias Toffoli, do STF, que foram mencionados em novos depoimentos prestados no acordo de delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O pedido para investigar Toffoli foi revelado pela coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, e confirmado pelo JOTA.
O pedido de inquérito foi protocolado na semana passada por um delegado do Serviço de Inquéritos Especiais (SINQ) da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR) da PF. Em uma nova série de depoimentos aos policiais, Cabral alegou que Toffoli teria recebido R$ 4 milhões para favorecer prefeitos em processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive para reverter decisões. Os pagamentos envolveram o escritório da mulher de Toffoli, a advogada Roberta Rangel, segundo a versão de Cabral.
Em nota divulgada por sua assessoria, Toffoli afirmou não ter conhecimento dos fatos mencionados e disse que jamais recebeu os supostos valores ilegais. O ministro refutou a possibilidade de ter atuado para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.
O pedido de inquérito contra Toffoli foi uma das providências solicitadas em uma petição de cerca de mil páginas, protocolada pelo delegado no STF. A delação de Cabral foi assinada com um delegado da PF e acabou homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF, em fevereiro do ano passado.
Antes desse pedido de inquérito contra Toffoli, a primeira leva de depoimentos de Cabral já tinha motivado que a PF solicitasse a abertura de 12 inquéritos ao STF ainda no ano passado. Em alguns desses depoimentos, Cabral tinha alegado que foram feitos pagamentos de propina ao atual presidente do do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, e ao ex-ministro Napoleão Nunes Maia. Mas os 12 pedidos de inquérito feitos no ano passado pela PF acabaram rejeitados pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e arquivados pelo ministro Dias Toffoli, que decidiu pelo arquivamento ainda quando era presidente do STF.
Condenado em mais de 10 processos originados pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, Cabral já acumula pena de 106 anos de prisão. Em acordos de colaboração premiada assinados com a PF, delatores só conseguem redução de pena se o conteúdo da delação tiver utilidade reconhecida pela Justiça em sentenças condenatórias.
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