Diretor da Anvisa quer uso de IA em vigilância e critica ‘deboche’ da Argentina
JOTA.Info 2021-09-14
O diretor da Anvisa Alex Machado Campos, superior da área técnica de Portos, Aeroportos e Fronteiras, afirmou em entrevista ao JOTA haver um déficit de pessoal na equipe, mas que é preciso evoluir na modernização do trabalho da agência.
“Nenhum esforço é suficiente se você não trabalhar com inteligência artificial, com inovação regulatória. E tudo isso a gente está implementando e experimentando também. Não tem treino, a gente tem que executar”, afirmou.
No centro da polêmica no jogo entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo, ele classificou como “ato de deboche” a escalação do time do país vizinho com jogadores que burlaram as regras sanitárias mesmo após todos os alertas feitos à delegação.
“Houve uma reincidência. Estamos falando de uma federação que conhece as normas. O mundo todo hoje está sob alerta, países expedem normas rigorosas no controle de viajantes. Hoje, o aeroporto é porta de entrada de circulação do vírus e de suas variantes. É um esforço hercúleo. Soou como um deboche quando aquele time foi escalado, a gente tendo participado de uma reunião com todas as autoridades brasileiras, um dia antes, com a presença de representantes das maiores autoridades do desporto, do futebol”, avaliou.
Em maio deste, a Anvisa já havia vivenciado um episódio semelhante, quando 11 jogadores do time Independiente-ARG com resultado do RT-PCR positivo para o coronavírus não só vieram para o Brasil como jogaram, em Salvador, por falta de ação da vigilância da Secretaria de Saúde da Bahia. Os diretores já manifestavam insatisfações desde então.
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, revelou em reunião de diretoria colegiada nesta semana que a decisão de ir até o estádio notificar os jogadores argentinos no último domingo (5/9) passou pela análise informal da diretoria colegiada, embora seja uma ação que cabe apenas à área técnica. Trata-se, portanto, de um posicionamento institucional calculado.
Para Alex Campos, a mensagem que fica é que os infratores terão de responder por seus atos, mesmo que a ação da vigilância sanitária, nesses casos, seja baseada em um regime de acreditação.
“Esse exemplo do jogo da Argentina acabou tendo uma simbologia muito forte, porque você pode até fugir do regime de normas, você pode falsificar a informação, mas na hora que ela for descoberta o sistema vai funcionar. E é assim que ele deve funcionar. Não posso ter um regime de filas em aeroportos, porque o aeroporto é um lugar de passagem”, disse.
Revelando a vontade de continuar à frente da Quinta Diretoria até 2025, quando seu mandato será encerrado, o diretor acredita que a pandemia deixará um legado positivo para a atuação nos pontos de entrada do país.
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