STF forma maioria para não levar adiante ação contra discursos de Bolsonaro
JOTA.Info 2021-10-18
Há maioria formada entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (18/10) para não levar adiante uma ação proposta pelo PSOL contra discursos, pronunciamentos e comportamentos do presidente Jair Bolsonaro e membros de seu governo. De acordo com o PSOL, o alto escalão do Poder Executivo age de maneira diversa à Constituição Federal quando diminui a democracia e minimiza o enfrentamento da Covid-19, como, por exemplo, ao não usar máscaras em ambientes públicos e criticar o isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias.
Na petição inicial, o PSOL pede que o STF determine ao presidente da República e aos seus ministros e auxiliares imediatos que pautem os seus atos, práticas, discursos e pronunciamentos nos princípios constitucionais do estado de Direito e do direito à saúde.
Todos os ministros já se posicionaram, e a maioria acompanhou a relatora, ministra Rosa Weber, para não conhecer a ação, uma vez que o partido traz um inconformismo genérico e cita fatos divulgados por meios de comunicação sem especificar quais seriam os atos, quando teriam ocorrido e como as autoridades teriam participado da concretização.
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Na análise da relatora, a petição inicial do partido não tem elementos necessários à veiculação de uma pretensão de natureza judicial. “Não apenas os fatos apontados como justificadores da instauração deste processo de controle concentrado são mencionados de maneira vaga e imprecisa , mas o próprio pedido deduzido pelo autor é incapaz de individuar o objeto da tutela pretendida”, escreveu a ministra em seu voto.
“Nos termos em que formulado o pedido, a ordem que se pretende consiste, em última análise, em comando judicial para que o Presidente da República observe a Constituição. Dito de outra forma, a pretensão deduzida nesta arguição de descumprimento colima a concessão de ordem judicial destinada apenas a reafirmar aquilo que resulta da própria ideia de Estado Constitucional de Direito”, complementou.
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Acompanham Weber os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Nunes Marques, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.
O ministro Ricardo Lewandowski divergiu da relatora porque, para ele, ação mostra-se viável. “Porquanto voltada contra manifestações do Chefe do Poder Executivo e de outros agentes governamentais, as quais têm o condão de, em tese, fragilizar os preceitos fundamentais invocados, notadamente do Estado de Direito e do direito fundamental à saúde”, afirmou em seu voto. O ministro Edson Fachin o acompanhou.
O julgamento está em plenário virtual e deve se encerrar às 23h59 desta segunda-feira (18/10). Até lá, algum ministro ainda pode pedir vista ou destaque, o que levaria o julgamento a ser reiniciado em plenário físico.
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