Com problema em dados, governo vai ‘atrasar’ segunda rodada do Auxílio Brasil
JOTA.Info 2022-09-08
O governo Jair Bolsonaro (PL) não vai conseguir antecipar o pagamento da segunda rodada do Auxílio Brasil de R$ 600, inicialmente previsto para ocorrer nesta sexta-feira (9/9). Uma das razões é a dificuldade em obter dados sobre o cumprimento de contrapartidas, como frequência escolar e vacinação.
O incremento no programa é uma das principais apostas da campanha de Bolsonaro para mitigar as intenções de voto da população de baixa renda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A tendência é que os pagamentos só sejam realizados por volta do dia 17, próximo do calendário original, dia 19. Em agosto, o pagamento foi no dia 9.
Há um esforço em tentar reduzir o nível do atraso, mas a dificuldade é grande. Problemas para que a Caixa compatibilize dados para pagamento digital, além de zeragem da fila, também estariam contribuindo para o impasse. O Ministério da Cidadania deve conceder uma entrevista coletiva dando mais detalhes.
Teto ao consignado
Pressionado pelas críticas ao programa de crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, o governo também reabriu a discussão para impor um teto de juros nessas operações. A referência de trabalho é a taxa cobrada dos aposentados do INSS, de 2,14% ao mês, ou 28,9% ao ano. Os valores podem mudar, caso o debate evolua. O governo tem pressa para colocar o programa de pé, mas não conseguiu finalizar o processo.
A medida teria impactos para conter os custos dessa operação, pois já se comentava no mercado que as taxas poderiam superar os 60% ao ano. Isso teria impactos econômicos negativos sobre uma população de renda muito baixa, com possíveis reflexos políticos.
A principal questão hoje é se o tabelamento de juros pode ser feito no âmbito da portaria do ministério da Cidadania ou se demanda medida do ministério da Economia ou do Banco Central.