Aras diz que PGR trabalhou ‘preventivamente’ contra atos golpistas em ‘silêncio’
JOTA.Info 2023-02-08
Um mês depois dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, disse nesta quarta-feira (8/2), na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que o Ministério Público sempre atuou contra os atos antidemocráticos, antes mesmo da explosão de violência que resultou na depredação de prédios das Praças dos Três Poderes no início do ano. Segundo ele, o MP lamentou o ocorrido e afirmou que agiu “preventivamente” trabalhando no “silêncio” e na “discrição”, inclusive, em particular com alguns ministros no monitoramento da questão. Ele
Aras é visto como um procurador que teve pouca atuação contra o governo Bolsonaro enquanto o ex-presidente estava no poder e, por isso, era alvo de críticas, inclusive dentro do próprio MP.
O PGR afirmou que, um mês após os ataques, não há o que se comemorar, mas salientar que o Ministério Público vem atuando de forma “extraordinária” para responsabilização de todos – executores, financiadores e parlamentares envolvidos.
Aras disse ainda que o Ministério Público já apresentou 652 denúncias e 760 manifestações para os envolvidos no episódio de 8 de janeiro. Segundo ele, foram 1.410 audiências realizadas em 7 dias por membros do Ministério Público Federal e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. A PGR também atua em 7 inquéritos, inclusive com participação de parlamentares.
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A presidente do Supremo, Rosa Weber, também lembrou que completou-se um mês dos ataques e fez um discurso de responsabilização daqueles que participaram dos atos de vandalismo.
A ministra voltou a ressaltar – como o fez em seu discurso na abertura do ano Judiciário – que, após os ataques, houve o fortalecimento da comunhão nacional dos poderes em favor da democracia. No entanto, Rosa Weber foi enfática em afirmar que haverá responsabilização dos agentes por ações que estão tramitando na Justiça. Para ela, a responsabilização é “resposta fundamental” aos atos de violência. “A democracia que não pode, em absoluto, sofrer qualquer transgressão”, afirmou a presidente da Corte.