Planejamento retoma agenda de integração do América do Sul
JOTA.Info 2023-12-12
Após a concordância do BNDES e de três bancos multilaterais em participar com US$ 10 bilhões em financiamentos para a agenda de integração sul-americana, o Ministério do Planejamento vai trabalhar a partir de janeiro a criação do fundo Rotas para Integração, mecanismo que vai receber os recursos dessas instituições, mas que também poderá receber aportes do NDB (o banco dos Brics) e de outras instituições.
A ideia de um fundo visa garantir que os recursos que as instituições se comprometeram a repassar não seja dispersado em projetos não diretamente relacionados às cinco Rotas de Integração e Desenvolvimento, que conterá 124 obras, segundo informou a jornalistas a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ela destacou que esse programa não gera gastos extras no orçamento, pois os recursos federais já estavam previstos no PAC, tanto para o próximo ano como para os seguintes.
Tebet disse que a ideia é que todas as 5 Rotas estejam concluídas até 2027 e que até 2026 três delas já devem estar concluídas. Elas compreendem obras de rodovias, hidrovias, pontes, portos, ferrovias, aeroportos, linhas de transmissão e infovias.
Segundo a secretária de assuntos internacionais da pasta, Renata Amaral, e o secretário de assuntos institucionais, João Villaverde, as reuniões técnicas para regulamentação do fundo terão início em janeiro. Eles explicam que os bancos também terão papel de ajudar na estruturação dos projetos de financiamento envolvidos no programa.
A Rota 1 do Programa, que deve ser a que vai demorar mais para ser concluída, é a Ilha das Guianas, que envolve restauração da BR 174, mas também construção da BR 156, que vai ter sua contrapartida na Guiana Francesa, Suriname e Guiana. A Rota 2 é o Multimodal Manta Manaus (que envolve o Brasil, Colômbia, Equador e Peru), que envolve Infovias, um interposto de fronteira, obras da BR 174, entre outros.
Já a Rota 3 é o Quadrante Rondom, que envolve Brasil, Bolívia e Peru, com construção de pontes e concessões de rodovias. A Rota 4 é a Capricórnio, que envolve Brasil, Argentina, Chile e Paraguai, com concessão de ferrovias, como Malha Oeste e Ferroeste, e novos acessos na fronteira em Foz do Iguaçú. E a Rota 5, por fim, envolve Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, com novas pontes binacionais, duplicação de rodovias, entre outras.