As querelas sobre a decisão do STF em relação a descriminalização do uso da maconha
Consultor Jurídico 2024-06-27
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre esse tema, levantaram-se vozes as mais contundentes alardeadas pelos meios de comunicações em geral, redes sociais, comentários dispares em todo o país.
Tema complexo que mexe com o núcleo do tecido social trazendo no seu bojo as mais dessemelhantes interpretações. No Egrégio Supremo Tribunal as manifestações dos senhores Ministros não foram uníssonas, o que é natural em um colegiado altamente qualificado, composto por homens cujo papel é defender, proteger, ser guardiões de nossa Carta Magna.
Esse tema nevrálgico tem sido abordado em muitos países, pondo em prática depois retrocedendo, porquanto os efeitos colaterais aprofundaram muito mais as feridas advindas na aceitação dessa descriminalização do uso da droga no tocante ao usuário, outros convivem com reservas, muitos empecem totalmente o uso de drogas para qualquer finalidade.
O certo é que nosso Supremo chegou à conclusão de estabelecer o limite mínimo de 40 gramas da maconha para o uso individual do dependente ou usuário , equivalente em termos relativos a 50 ( cinquenta) cigarros da maconha
.
Nesse ínterim, teremos que analisar a competência da análise desse complexo tema, se do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, leia -se, Supremo Tribunal Federal.
Na minha análise pessoal, como cidadão que integra a contextura social em que estamos inseridos, cabe realmente ao Poder Legislativo, como representantes do povo através do sufrágio universal ( o voto) legislar sobre esse tema anfigúrico, controverso, polêmico que interessa a sociedade em toda sua amplitude .
Esse problema orbita, gira, movimenta-se no Congresso Nacional sem que tenha tido a importância, preferência, a decisão terminativa da Casa do Povo, dando azo ao Supremo Tribunal Federal a antecipar-se na solução do tema que de alguma forma embora provisoriamente, passa a viger até quando o Congresso Nacional aprove uma Emenda Complementar a Constituição que se aprovada possa viger definitivamente acatando ou não, o que foi decidido pelo STF. O ativismo do judiciário se manifesta face a paralisia do Congresso que não legisla esses temas tão importantes que deveriam está na ordem do dia.
O Ministro Barroso, atual Presidente do STF, foi de uma clarividência absoluta quando diz que o uso da droga por usuários está garantido até quando o Congresso possa tomar sua posição nessa matéria extremamente abstrusa.
Pessoalmente sou contrário ao uso da droga sobre qualquer viés, tanto para o traficante como para o usuário isso porque as experiências aonde isso ocorreu foram frustradas aumentando sobremodo o tráfico, o uso dessas malditas substâncias, sejam quais forem, porque todas são catalogadas como drogas. Meu receio, creio de muitos outros, como poderá ser feita a monitorização desses supostos usuários que certamente irão adquiri-las junto aos próprios traficantes, como se estivesse sendo legalizado esse comércio ilícito. Como poderá a polícia agir num momento desse, quando o usuário se torna adquirente da droga perante os chefetes do tráfico? Será que essa medida de 40 gramas será mesmo respeitada ou servirá de parâmetro para articular o comércio da maconha? Será preso ou não? Será levado ao juízo criminal como será decidido, inocentado ou culpado, porque de usuário se transformou em traficante?
Eis meus questionamentos, creio bastante preocupantes, até porque o Brasil se tornou um grande exportador de drogas servindo de corredor através de nossas vias terrestres, aéreas, fluviais e portuárias?
Hoje 26 de junho é o dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas , data importante que faz/nos repensar essa praga diabólica que assola o mundo como um todo.
Hoje mesmo, o Pontífice Romano Papa Francisco, condenou o uso das drogas como maledicência que destrói o corpo e a alma humana.
A droga seja qual for, destrói os neurônios , reduz a capacidade de pensar, realizar trabalho honesto, desenvolve doenças psiquiátricas, psicose, depressão, esquizofrenia e tantos outros males que aniquilam o homem , transformando-os em verdadeiros zumbis!
Deixo aqui essas reflexões nesse momento muito conturbado da vida humana aqui e alhures, para que possamos repensar nossas responsabilidades dentro de uma sociedade emaranhada de problemas!
Desembargador Brandão de Carvalho